Segundo Rosseto (2003), a intervenção do homem no meio natural tem alterado as condições ambientais e a própria existência humana, devido a necessidade de habitação, geração de alimentos, produção de bens e serviços e interacção social.
Ultimamente tem se verificado um acelerado processo de urbanização que em muitos casos não está associado a melhoria das condições de vida da população.
2º Matos et all (2006) Citando Acoly e Davidson (1993), O crescimento populacional nos centros urbanos deve ser acompanhado pelo acesso as infra-estruturas, habitaçao e emprego; o que passa por uma definição de políticas, planos e programas que harmonizem os três aspectos acima referidos, conduzindo-nos por sua vez, à gestão urbana.
2º Oliveira (2004), existem 2 postulados que podem servir de orientaçao para a gestão urbana: Um deles é de Jorge Wilheim (2000) e outro de Máximo Craglia (1999). O 1º diz que a gestão urbana depende do equilíbrio entre a vontade política, o interesse público e a criatividade. E o 2º diz que depende da política, da técnica e dos recursos.
Analisando o 1º: Compete aos técnicos apresentarem soluções criativas para os políticos decidirem junto ao público. E o 2º: O técnico é uma parte do tripé que se antepõe aos recursos, na espera da decisão política. Portanto, nota-se que ambos defendem a competência técnica para orientação na gestão urbana.
Uma vez que as cidades tem crescido num ritmo muito acelerado, métodos de teledetecção tem sido extremamente aplicados, para análise de fenómenos urbanos, o monitoramento e actualizaçao dos mapas destas áreas. Dikes (2005). O uso de imagens associada a um SIG (Sistemas de Informação Geográfica), permitirá a criaçao e manutenção contínua de uma base de dados , facilitando o controle de serviços de saúde, educação, trânsito e transporte, distribuição de água, rede de esgotos,colecta de lixo, crescimento urbano, áreas de concentração de actividades, etc.
De entre os satélites já produzidos, os que mais se destacam para fins de gestão urbana são o Ikonos II e o Quickbird 2, lançados em 1999 e 2000, com uma resolução de 1m e 0,61m respectivamente.
Entretanto nem todos os aspectos da gestão urbana podem ser tratados exclusivamente com estas imagens, existem alguns que exigem uma precisão maior que a disponivel, como o cadastro geométrico, pois a definição de parcelas exige uma escala maior e uma precisão centimétrica, para além de requerer também maior atenção na definição dos limites. “Quanto maior for a resolução, maior é a exigência no critério de elaboração do mapa, pois um pequeno desvio pode representar metros no terreno.” Lemos e Ulbricht, 2006
Por outro lado, fornece maior segurança e fiabilidade um trabalho realizado com recurso à teledetecção associado ao trabalho de campo. Uma vez que as imagens são de boa resolução, cai-se no erro de analisar uma área apenas com o conteúdo das imagens, o que pode nos levar a tirar falsas conclusões. O efeito de sombra, as condições atmosféricas e a má formação das pessoas que lidam com esta tecnologia são alguns dos aspectos que contribuem para tal.
O CMCM, na Direcção Municipal de Planeamento Urbano tem estado a desenvolver um trabalho de criação de uma base de dados para o endereçamento e o cadastro de parcelas, e ao longo do trabalho, novas áreas foram identificadas nas imagens,mas foi necessário fazer-se trabalho de campo para verificar se não tinham ocorrido mudanças, uma vez que as imagens não estavam actualizadas, surgindo deste modo uma nova questão.
Para finalizar, a nível do nosso país, ainda nao se pode trabalhar apenas com imagens de satélite, deve ser complementado com trabalho de campo para validar a informaçao pois ainda não recebemos imagens actualizadas regularmente, o que impede a análise de elementos urbanos dinâmicos como o trâfego, o crescimento e orientação espacial urbana;
Ainda é limitado o nro de profissionais experientes nesta área, capazes de produzir informação útil e de qualidade, devendo-se apostar na formação do pessoal nas instituições;
As imagens nao podem ser usadas isoladamente para a produçao do cadastro. Elas são um recurso auxiliar de reconhecimento e identificaçao de fenómenos urbanos, aglomerados, definiçao de padrões de ocupação, distribuição de bens e serviços.
No nosso país são várias as instituições que trabalham com imagens de satélite, O Cenacarta, o MICOA, o CMCM como se referiu, o MEC, IIAM, várias ONG`s, etc.
Valodia Cufanhane
Um grande problema
Há 4 anos
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